Tênis para caminhada: especialista indica 3 modelos; confira

Segundo Leonardi, um bom tênis não apenas evita dores e desconfortos, além de oferecer outras vantagens. “Um tênis adequado faz a propriocepção correta, ou seja, ele ajuda a informar o nosso cérebro onde ele está no espaço. Isso facilita muito a locomoção e reduz o risco de desequilíbrios e quedas”, explica.

Além disso, o especialista reforça que o uso de calçados inadequados altera o alinhamento biomecânico do corpo, aumentando o risco de sobrecarga em articulações como tornozelos, joelhos e quadris.

Por isso, na hora de escolher um bom tênis para caminhar, alguns fatores devem ser levados em consideração. De acordo com o ortopedista, o tipo de pisada e o formato do pé estão entre os mais importantes. “É preciso avaliar se a pisada é mais pronada ou supinada, e também observar se o pé é muito plano ou muito cavo”, orienta.

Lesões prévias também devem influenciar a decisão, além do tipo de terreno onde a caminhada será realizada. “O terreno pode ser mais duro, acidentado ou irregular, e isso muda o tipo de e e amortecimento que o tênis deve oferecer”, complementa o ortopedista.

A seguir, confira três modelos indicados por Leonardi para quem quer fazer caminhadas.

Embora muitas pessoas utilizem tênis de corrida para caminhar — ou vice-versa —, o especialista alerta que os dois tipos de calçado têm funções bem distintas. “Existe uma diferença muito grande entre um e outro. O tênis de caminhada tem um solado mais duro porque não precisa absorver tanto impacto. Já o tênis de corrida tem que absorver energia cinética, ou seja, tem que dissipar impacto”, explica.

Segundo Leonardi, utilizar o tênis errado pode levar a sérias consequências. “Se a pessoa correr com o tênis de caminhada, ela tende a ter lesões porque a energia cinética não é dissipada pela sola”, reforça.

Já no cenário contrário, o impacto não é tão alarmante. “Quando a pessoa pega um tênis de corrida e vai fazer uma caminhada, ela não tem problema nenhum porque o impacto, que é mínimo, vai ser absorvido”, diz o especialista.

Além disso, o especialista destaca que é importante considerar o peso do calçado. “Um tênis muito pesado vai causar fadiga muscular no final de uma trilha ou uma corrida. Um tênis muito leve, ao contrário, pode não ter um amortecimento adequado e causar lesões. O ideal é que seja feita uma avaliação e comprado um tênis meio termo.”

Outro aspecto importante a considerar na escolha de um tênis para caminhada é o tipo de terreno. Leonardi diz que, no caso de trilhas, o solado tem que ser mais duro e mais aderente para evitar a formação de bolhas por fricção.

Mas, em outros terrenos, os critérios são diferentes. “No asfalto, a gente precisa de um tênis com mais amortecimento  porque a energia cinética é muito maior do que a pessoa correndo no gramado. E na esteira é possível usar um tênis mais minimalista porque a dissipação de energia é um pouco diferente”, explica, reforçando que nesse último cenário ela é bem menor quando comparada ao asfalto.

Usar qualquer tênis para caminhada pode trazer consequências. De acordo com o ortopedista, as dores podem surgir rapidamente e, em casos mais graves, evoluir para lesões mais sérias.

“Quando o calçado não é apropriado, a energia gerada pelo impacto da ada não é dissipada corretamente. Isso pode causar dores no tornozelo, no joelho, no quadril e até na coluna”, destaca.

O médico reforça que, além da dor, há risco de desenvolvimento de inflamações e agravamento de outras condições, como tendinites, por exemplo.

Para quem já tem um tênis de caminhada, vale ficar de olho se o modelo ainda dá conta do recado. De acordo com o especialista, existe um consenso médico de quando a troca do modelo deve ocorrer. “O tênis deve ser utilizado de 600 a 800 km, ou seja, de seis meses a um ano. Mas, obviamente, depende de como a pessoa está utilizando”, explica.

Assim como o tempo de uso, vale ficar de olho em outros sinais para troca, como: desgaste na sola, soltura ou deformidade na entressola e sensação de instabilidade do calçado — que pode causar a sensação de que algo está flutuando dentro do tênis, segundo Leonardi.